Justiça dá 20 dias para Polícia Federal concluir investigação sobre dossiê

A Justiça Federal em Mato Grosso deu 20 dias de prazo para que a Polícia Federal conclua as investigações, promova os indiciamentos e envie o relatório final do inquérito do dossiê Vedoin. O delegado Diógenes Curado, encarregado do caso, considerou o tempo curto, pois queria no mínimo mais 30 dias de apuração. Ele ainda tenta chegar ao nome do mandante da tentativa de compra do dossiê contra políticos tucanos e à origem do R$ 1,75 milhão apreendido com petistas que planejavam comprar a papelada.

Encomendado por integrantes do PT, o dossiê se destinava a prejudicar sobretudo a candidatura de José Serra ao governo de São Paulo, tentando associar os tucanos à chamada máfia dos sanguessugas, que desviava dinheiro público na compra de ambulâncias superfaturadas. Seis petistas – chamados de "aloprados" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva – estão na lista dos que serão indiciados. Aberto no final de setembro, o inquérito já tinha sido prorrogado duas vezes e o juiz da 2.ª Vara Federal de Cuiabá, Jefferson Schneider, não viu razões para prolongar por mais tempo as investigações.

A PF concentra as investigações no Diretório do PT de São Paulo, pois obteve indícios fortes de o dinheiro apreendido em 15 de setembro num hotel de São Paulo em poder dos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha fora obtido de várias fontes a pedido de dirigentes do partido no Estado. Eles teriam agido com a colaboração do Diretório Nacional do PT, comandado na época pelo deputado federal Ricardo Berzoini (SP).

O dinheiro foi levado ao hotel pelo então coordenador da candidatura do senador Aloízio Marcadante (PT-SP) ao governo paulista, Hamilton Lacerda, conforme mostram imagens do circuito interno de TV do hotel. Lacerda nega ter levado dinheiro na mala que aparece na sua mão quando chegava ao hotel.

Nos próximos dias, a PF tomará os depoimentos do presidente do PT paulista, Paulo Frateschi, do tesoureiro, Antônio dos Santos, e do coordenador financeiro da campanha de Mercadante, José Giácomo Baccarin. Estão previstas diligências na transportadora Transbank para conferir a suspeita de que a empresa transportou parte do dinheiro usado na compra do dossiê.

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