A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Capital (MG) começa a analisar hoje (27) os documentos que comprovam saques acima de R$ 100 mil das empresas DNA e SMP&B, do publicitário Marcos Valério.
Em depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o deputado Roberto Jefferson afirmou que Marcos Valério era o operador do suposto esquema de mesadas a parlamentares, o chamado "mensalão", e o portador dos R$ 4 milhões que o PT teria entregue ao PTB.
De acordo com reportagem publicada pela imprensa neste domingo, R$ 20,9 milhões teriam saído das contas das empresas entre julho de 2003 e maio de 2005.
Se houver suspeitas nos documentos que começam a ser analisados, o Ministério Público de Minas Gerais pode iniciar uma investigação ou encaminhar o caso ao Ministério Público Federal. Os documentos foram entregues ao Ministério Público na última sexta-feira pela pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Desde 1993, todos os saques em contas bancárias acima de R$ 100 mil devem ser informados pelo banco ao COAF. A Lei foi criada para tentar diminuir os crimes de lavagem de dinheiro.
Ainda esta semana, o publicitário deve prestar depoimento na Polícia Federal. Ele também será chamado para depor na CPI mista que investiga os supostos casos de corrupção nos Correios.
Segundo o Ministério Público de Minas Gerais, há dois processos em andamento no Supremo Tribunal Federal contra as empresas de Marcos Valério. Num deles, o publicitário teria pago uma dívida de R$ 3 milhões com o Banco Crédito Nacional, com um imóvel que, segundo apurou o Ministério Público, valia apenas R$ 300 mil. O segundo processo seria sobre contratos entre as agências e o governo estadual de Minas Gerais.