Brasília – O juiz substituto da 2ª Vara Federal do Mato Grosso, Marcos Tavares, autorizou o envio para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas dos documentos relacionados à investigação da Polícia Federal sobre o dossiê contra políticos do PSDB. A ação começou com a prisão na sexta-feira (15) de quatro pessoas que estavam negociando os documentos. Entre elas, um filiado ao Partido dos Trabalhadores e um funcionário da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas encaminhou o pedido na terça-feira (19) ofícios a diversos órgãos solicitando cópias do dossiê contra políticos do PSDB apreendidos pela Polícia Federal em São Paulo e em Cuiabá. Os ofícios foram encaminhados ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ao diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e ao juiz Jefferson Schineider e a seu substituto.
"Houve consenso da CPMI de que todos os fatos objetos da nova denúncia devem ser investigados", disse o presidente da CPI, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), na terça-feira. Segundo o petista, as novas denúncias têm que ser investigadas. Uma reunião marcada para a primeira semana de outubro, após o primeiro turno das eleições, vai discutir o assunto.
Os documentos apreendidos pela PF e que seriam negociados com petistas foram imagens de vídeo, uma agenda e fotografias que poderiam envolver políticos no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos provenientes de emendas ao Orçamento, investigado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas e pela Justiça Federal.
As imagens do dossiê mostravam uma solenidade de entrega de 40 ambulâncias em que apareceriam o atual candidato ao governo do estado de São Paulo, José Serra (PSDB-SP), os deputados Lino Rossi (PP-MT) e Pedro Henry (PP-MT), o ex-governador de Mato Grosso, Dante de Oliveira – morto este ano, e o candidato ao governo de Mato Grosso, Antero Paes de Barros (PSDB-MT).