Juros sobem um pouco, mas dia não define a tendência

A pesquisa Focus, divulgada esta manhã pelo Banco Central, confirmou as expectativas dos analistas financeiros e mostrou uma elevação nas projeções de inflação pelo IPCA. Esses números, somados ao resultado nacional de vendas no varejo de novembro (que ficou acima das previsões), levaram a curva de juros futuros a convergir para a aposta de que a taxa Selic será reduzida em 0,25 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana. A taxa Selic é a referência para os juros básicos da economia e hoje está em 13 25% ao ano.

Para operadores, a confirmação de que as surpresas proporcionadas pelo IPCA neste início de ano significam uma correção nas expectativas da inflação em 2007 é um argumento importante a favor do corte de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic em janeiro. No entanto, os profissionais não consideram o placar definitivo. Esta semana deve haver muitos ajustes e uma disputa acirrada entre as duas correntes de mercado, o que tem garantido um volume forte de negociações dos contratos de depósitos interfinanceiros (DIs) de curto prazo na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), em especial no vencimento em abril de 2007. Afinal, muitos especialistas ainda defendem que não há pressões de demanda sobre a inflação e que a atividade econômica ainda que mostre crescimento, caminha a passos lentos.

Outro indicador favorável a maior parcimônia do Banco Central em janeiro em relação à redução dos juros, segundo analistas, é o de vendas no varejo no mês de novembro, divulgado hoje pelo IBGE. Houve crescimento de 0,56% em relação a outubro de 2006. Na comparação com novembro de 2005, o desempenho (9,22%) superou o teto das previsões.

Diante desses números, as taxas futuras de juros já iniciaram o pregão eletrônico da BM&F em alta. Mas operadores ressaltam, entretanto, que hoje não é um bom dia para se analisar a tendência de mercado. Isso porque, sem a referência do mercado norte-americano (hoje é feriado de Martin Luther King Jr. Nos EUA), a liquidez fica bastante reduzida, o que abre espaço para movimentos intensos dos ativos. "Qualquer operação maior é capaz de alterar as taxas e, por isso, o movimento hoje não refletirá exatamente a tendência do mercado", afirma.

Às 10h21, o contrato futuro de DI com vencimento em janeiro de 2008, o mais negociado na BM&F, projetava taxa de 12,46% ao ano ante fechamento na sexta-feira a 12,43% ao ano.

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