A economia brasileira continua apresentando indicadores que deixam a desejar, quando a comparação é feita com as economias emergentes. No primeiro semestre, as despesas correntes do governo, incluindo os gastos do Tesouro, Previdência e Banco Central, excederam em 2,7% o crescimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas produzidas no País no período de um ano.
As receitas foram pouco maiores que o PIB (3%), embora os investimentos estimados para o Projeto Piloto de Investimentos (PPI) estejam sofrendo o ataque impiedoso da síndrome da lentidão. Até o mês de junho, o PPI tinha conseguido pagar apenas R$ 1,18 bilhão do total de R$ 11,3 bilhões, programado para o exercício.
Ainda assim se comemora: a Secretaria do Tesouro Nacional informou que o governo da União teve o descortino de produzir, nos primeiros seis meses do ano, um superávit primário de R$ 43,78 bilhões. O resultado foi 13,4% maior que o valor apurado no mesmo período de 2006.
As despesas de junho foram de R$ 34,44 bilhões, para uma arrecadação total de R$ 49,42 bilhões. O resultado foi o saldo primário de R$ 5,29 bilhões. De janeiro a junho, o Tesouro captou R$ 295,53 bilhões, 3% a mais em relação ao produto nominal, ao passo que as despesas do governo central chegaram a R$ 199,400 bilhões, com crescimento nominal de 12,74%.
As despesas cresceram menos que a receita e, segundo técnicos da equipe econômica, há algum otimismo quanto ao ajuste e estabilidade da economia. Além disso, eles dizem que o quadro permite avaliar que não será preciso elevar a carga tributária – ameaça sempre presente – a fim de enfrentar o crescimento das despesas.
Quanto ao PPI reitera-se nos corredores de Brasília que o governo federal não abandonou a meta de gastar R$ 11,3 bilhões em 2007, tendo em vista que o referido esforço é um dos itens do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Com mais de R$ 500 bilhões programados para investimentos até 2010, de modo especial, na área da infra-estrutura (energia, portos, aeroportos, rodovias e saneamento), o referido programa é a alavanca que o governo Lula pretende usar para dar consistência a um projeto de desenvolvimento sustentável para a economia do País.