Juros cairão para 18% ao ano em dezembro, aposta mercado

Brasília (AE) – A divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada não foi suficiente para mudar as expectativas de mercado para a trajetória dos juros nos dois últimos meses do ano. A aposta, de acordo com dados de pesquisa semanal do Banco Central (BC), divulgada hoje (31), continua a ser de que taxa será reduzida em 0,50 ponto nas reuniões do Copom de novembro e de dezembro. Neste cenário, os juros recuariam de 19% para 18% no fechamento de 2005 e alcançariam o menor nível desde os 17,75% de dezembro do ano passado.

O cenário de mercado para o comportamento da inflação deste ano também não foi alterado. Os participantes da pesquisa mantiveram a previsão de que o IPCA terá uma alta de 5,31%. Apesar de estável, o porcentual estimado é superior ao objetivo de 5,1% perseguido pelo Copom. Na ata divulgada na semana passada, o BC informou que já trabalha com uma previsão de IPCA abaixo de 5,1%. Apesar de mais alta que o objetivo, a projeção de mercado para a inflação deste ano se encontra dentro do intervalo de tolerância de 2,5 pontos porcentuais da meta central de 4,5%.

A pesquisa registrou, ao mesmo tempo, uma elevação das estimativas para o reajuste dos preços administrados neste ano. Pelos dados do levantamento, a projeção de alta passou de 7,50% para 7,60%. Apesar disso, o porcentual é inferior aos 7,80% esperados pelo Copom. Para 2006, as estimativas de elevação dos preços administrados recuaram de 4,85% para 4,80%. Mesmo assim, as estimativas de inflação para o próximo ano ficaram estáveis em 4,60%, porcentual um pouco maior que a meta central de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A expectativa de alta dos administrados para 2006 é inferior aos 5,1% esperados pelo Copom.

As previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, por sua vez, estacionaram em 3,31%, depois de terem passado sete semanas seguidas em alta. O porcentual esperado de expansão da economia é menor que os 3,4% projetados pelo próprio BC e também inferior aos 3,5% estimados por muitos economistas. Para 2006, as expectativas de aumento do PIB também não se alteraram e prosseguiram em 3,5%. Este porcentual também é menor que os 4% esperados por alguns economistas da iniciativa privada.

A dívida líquida do setor público, neste cenário, fecharia este ano em 51,6% do PIB e recuaria para 50,8% no próximo ano. Os analistas de mercado também mantiveram a projeção de ingressos de US$ 16 bilhões em investimentos estrangeiros diretos este ano.

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