A informalidade, a elevada taxa de juro, a excessiva tributação e a política cambial são os fatores que estão levando o Brasil a desindustrialização e ao baixo crescimento. A afirmação foi feita nesta segunda-feira (05) pelo vice-presidente da República, José Alencar. Ele esteve em Curitiba, convidado pela Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), e conversou com empresários paranaenses sobre a política econômica brasileira. A Fiep defende mudança na gestão da economia brasileira.
Alencar disse que ?no Brasil o câmbio é burro? porque trabalha contra os interesses nacionais. ?O câmbio poderia até flutuar, mas em um patamar correto sem não fossem os juros exorbitantes?, declarou. Segundo o vice-presidente, não há no Brasil atividade produtiva capaz de remunerar o capital, o que leva o empresário a ser ?rentista?. ?Qualquer atividade produtiva remunera menos do que o custo do capital, por isso o empresário é levado às aplicações financeiras?, criticou.
Para Alencar, o crescimento do Brasil tem sido incompatível com seu potencial tanto de recursos naturais quanto de recursos humanos. Ele citou um estudo feito recentemente por uma empresa de consultoria que aponta a informalidade como um grande fator que perturba o crescimento do país.
?A empresa que vive na informalidade não tem contabilidade, não tem instrumento de controle e, por isso, não cresce?. O mesmo estudo, de acordo com Alencar, aponta também, além dos juros altos, dos tributos e da taxa cambial, problemas de infra-estrutura e a baixa qualidade, a ineficiência e o alto custo dos serviços públicos como fatores que impedem o Brasil de crescer.
O vice-presidente destacou as posições da Fiep em relação à política econômica e disse que as defesas da entidade são pertinentes. ?Venho aqui para aprender?, declarou, acrescentando que os artigos do presidente da Fiep, Rodrigo Rocha Loures, pedindo mudanças na economia, estão corretos. Alencar disse também que a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que está em pauta no Congresso Nacional deve vir para simplificar a vida das empresas e tirar da informalidade muitas delas.
O evento na Fiep teve a participação também do deputado federal Luiz Carlos Hauly, relator do projeto de lei da micro e pequena empresa na Câmara dos Deputados. Hauly disse que a lei é um ??atalho?? que beneficiar 98% das empresas brasileiras, acumulando oito tributos em uma única operação. A lei, segundo ele, também trata do acesso ao crédito e será um incentivo para quem quer produzir.