O crescimento da indústria para o segundo semestre deste ano será moderado, na expectativa de Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele participou hoje da divulgação da pesquisa Indicadores Industriais, elaborado pela CNI.
Castelo Branco atribui à taxa de juros a limitação do crescimento no primeiro semestre de 2005, mas considera que, a partir de agosto, a taxa passará por uma trajetória de queda. Com isso, espera "uma sinalização positiva principalmente para o crescimento futuro".
O representante da CNI lembrou, no entanto, que não é só a taxa de juros que determina o ritmo do crescimento. "Não é só a política monetária que determina o ritmo de crescimento. Há condições mais amplas", afirmou.
Entre os fatores mencionados e criticados por Castelo Branco estão a falta de estímulo a investimentos, a dificuldade de obtenção de crédito de longo prazo e as condições ruins da infra-estrutura. "Com isso, se inibe os investimentos ou os torna mais caros. Se isso acontece, reduz-se o ritmo de investimento e, portanto, o ritmo de crescimento da economia", explicou.
O resultado do levantamento, feito mensalmente junto a três mil empresas, foi divulgado hoje pela CNI. Indicadores como as vendas, as horas trabalhadas na produção e a capacidade instalada também tiveram aumento. Enquanto as vendas cresceram 1,53% em relação ao mês de maio, houve um aumento de 1,62% no número de horas trabalhadas em relação ao mesmo período. Em junho, a indústria operou com 82,9% da capacidade instalada, representando um aumento em relação ao mês anterior.