O mercado de juros amanheceu ainda sob o efeito do comunicado benigno do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que dissipou o mau humor entre os investidores no mercado internacional ontem. As taxas futuras no Brasil seguem em queda expressiva, testando novas mínimas. E, como vinha acontecendo nos últimos dias, o giro mais forte acontece nos contratos de longo prazo, onde os investidores enxergam oportunidade de ganho.

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Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), profissionais afirmam que houve um movimento forte de aplicação, puxado por investidores estrangeiros e gestores de grandes fortunas. Como o novo viés do banco central dos EUA altera o risco global, essas apostas se concentraram nos contratos longos, a partir de janeiro de 2009. Às 10h05, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2010 tinha taxa de 11,61% ao ano, ante 11,65% do dia anterior; o DI para janeiro de 2009 projetava taxa de 11,63% ao ano (11,67% ontem).

O tom do comunicado do FOMC induziu os participantes do mercado à aposta de que o próximo movimento do Fed será de corte de juros, embora ainda não se sabia quando isso acontecerá. Essa perspectiva reverteu o ambiente de cautela que prevalecia nas últimas semanas e, na opinião de operadores, provocou o "começo de um movimento de recuperação". "O mercado agiu ontem como se não lembrasse mais porque havia piorado antes", afirma um operador.

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