Juro futuro reage em alta a dado da produção industrial

As taxas de juros projetadas a partir dos contratos futuros de depósitos interfinanceiros (DIs) negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) reagiram em alta moderada aos dados da produção industrial brasileira de novembro, que vieram acima das previsões dos analistas de mercado. No início do pregão viva-voz, às 10 horas, o DI com vencimento em janeiro de 2008 estava em 12,40% ao ano, ante taxa de 12,36% ao ano projetada ontem no final do dia. O DI de janeiro de 2009 avançou hoje para 12,29%, do nível de 12,27% em que havia encerrado o pregão ontem.

O resultado da produção industrial hoje (crescimento de 0,8% em novembro na comparação a outubro) não confirmou as especulações que mexeram com os negócios ontem, de que a produção industrial poderia surpreender com uma expansão de 1,5%. Mas, ainda assim, o crescimento foi um argumento para uma correção na curva de juros.

Mesmo com evolução superior ao previsto, operadores acreditam que a produção industrial não é, isoladamente, um argumento contra a aposta de que o juro básico da economia (taxa Selic) voltará a cair 0,5 ponto porcentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para 23 e 24 de janeiro. "Essa hipótese continua", afirma um operador, lembrando que o resultado da produção industrial mostra uma recuperação, após um período de desempenho muito fraco.

Mas, à medida que a inflação subir (analistas prevêem um repique sazonal neste início de ano), o avanço da corrente mais otimista do mercado pode ser limitado. "Esse dado, combinado com alta dos núcleos dos índices de inflação e sinais de crescimento do consumo, pode ser visto como argumento para a maior parcimônia do Banco Central", afirma o economista da Concórdia, Elson Teles.

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