Os investidores aumentaram suas apostas de que a taxa básica de juros (Selic) possa ser reduzida em meio ponto porcentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que fez com que os juros futuros registrassem queda nesta quinta-feira (18).
O contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2008, tradicionalmente o mais negociado, fechou projetando taxa de 12,37% ao ano. Ontem, este mesmo contrato projetava taxa de 12,40% ao ano.
A hipótese de um corte de 0,25 ponto porcentual na Selic continua aparecendo como a mais provável, mas as apostas no 0,5 ponto vêm, gradativamente, crescendo. Segundo profissionais, é possível considerar, a partir das taxas de curto prazo, uma probabilidade de quase 30% de o Copom decidir pela redução de 0 5 ponto, contra cerca de 70% de o corte do juro ser de 0,25 ponto.
Desde a terça-feira passada, os investidores vêm avançando lentamente nas apostas, configurando o tradicional "rali pré-Copom". Parte do mercado considera que há condições técnicas para o Copom manter o ritmo de queda do juro das últimas reuniões (meio ponto). Mas colocou o pé no freio diante dos recentes índices de inflação, mais salgados do que se esperava, e de alguns sinais de crescimento da demanda.
Esses fatores poderiam respaldar a intenção já demonstrada pelo Copom de tornar-se ainda mais parcimonioso na condução da política monetária. Afinal, na última reunião, três integrantes do comitê já votaram a favor do corte de 0,25 ponto, mostrando um viés conservador para a próxima reunião.
Os indicadores domésticos divulgados hoje foram considerados positivos. O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) do mês de janeiro registrou alta de 0,39%, perto do teto das estimativas, mas abaixo do resultado de dezembro, de 0,47%. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da segunda quadrissemana de janeiro registrou taxa de 1%, muito perto da mediana das projeções (0,99%) e abaixo do resultado da prévia anterior (1,07%).