A preocupação com a situação política na Turquia, que pressionou o mercado futuro de juros na segunda-feira, foi amenizada hoje pela convocação da eleição antecipada para 24 de junho. Com isso os ativos turcos já apresentam recuperação. Em Wall Street, o ambiente segue positivo, depois do recorde em pontos registrado ontem pelo índice Dow Jones.
Esse clima mais ameno no exterior reforça a reação positiva dos juros futuros no início do pregão viva-voz na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) aos bons números de inflação doméstica. Hoje, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) fechado de abril, que subiu 0,31%, abaixo da mediana das projeções, de 0,33%, e também abaixo do resultado de março, de 0,48%.
Na segunda-feira, a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central havia mostrado queda nas projeções de inflação para 2007, o que ajudou o mercado de juros a recuar, apesar da tensão gerada pela Turquia. Esse movimento atingiu com mais intensidade os contratos futuros de longo prazo de depósito interfinanceiro (DI). Mas houve um ajuste também nos DIs curtos, que ampliaram a probabilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) voltar a cortar a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual na reunião de junho – segundo operadores, essa possibilidade aparece com mais de 60% de chance nas taxas dos contratos curtos.
Às 10h22, o DI de janeiro de 2008 projetava taxa de 11,59% ao ano, ante 11,61% na segunda-feira. O DI de janeiro de 2009 estava em 10,94% ao ano (fechou a 10,98% na segunda-feira) e o DI de janeiro de 2010 projetava 10,67% ao ano (10,74% na segunda).