Júri absolve líder de seita acusada de castrar meninos no Pará

A suposta vidente Valentina de Andrade, de 72 anos, acusada de ser líder da seita Lineamento Universal Superior (LUS), que usaria castração de garotos em rituais satânicos, foi absolvida por seis votos a um, após 17 dias de julgamento. A decisão revoltou as famílias das vítimas. O clima no Tribunal do Júri de Belém era tenso. Foi o julgamento mais longo da história paraense.

Há 17 dias os jurados acompanhavam os argumentos da defesa e da promotoria sobre a participação de Valentina, que mora em Londrina, nos cinco casos de castração de menores em Altamira (três mortes e duas mutilações), entre 1989 e 1993, que foram levados a julgamento.

Valentina foi a quinta e última pessoa acusada de participar das castrações que foi a julgamento. Os condenados no caso de Altamira, a 200 km de Belém, são os médicos Anísio Ferreira de Souza (condenado a 77 anos de prisão) e Césio Brandão (56), o policial militar Carlos Alberto dos Santos (35 anos de prisão) e o comerciante Amailton Madeira Gomes (57 anos de prisão). Todos se dizem inocentes e anunciaram que vão recorrer da decisão.

A Promotoria queria a pena máxima para Valentina de Andrade, que poderia chegar a mais de cem anos de prisão.

No Paraná, a seita LUS foi investigada por suspeita de envolvimento com o desaparecimento de crianças em Umuarama e Guaratuba.

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