O vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), defendeu hoje a divulgação de novos nomes de parlamentares possivelmente envolvidos na compra fraudulenta de ambulâncias. O número, segundo o deputado, pode ser maior do que os 57 já divulgados pela comissão.
Depois de analisar o depoimento do empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos supostos líderes do esquema, à Justiça Federal de Mato Grosso, Jungmann contou 94 parlamentares envolvidos no escândalo. "Eu acho que nós chegamos ao ponto de ruptura. Eu vou propor ao presidente, ao relator e a esta comissão que divulguem todos os nomes, de todos os envolvidos", disse Jungmann.
Depósitos
Segundo Raul Jungmann, 40 parlamentares receberam dinheiro em espécie em troca da apresentação de emendas do Orçamento para compra de ambulâncias. Outros dez receberam depósitos em contas particulares e cinco em contas de parentes. Trinta e quatro foram beneficiados com depósitos em contas de assessores e cinco aceitaram outros benefícios, como automovéis e ônibus.
De acordo com o deputado, a comissão já tem comprovantes dos pagamentos, com exceção dos feitos em dinheiro. A lista, disse Jungmann, é maior, mas não foi possível identificar ainda o pagamento a outros parlamentares citados por Vedoin.
Além da divulgação dos nomes, Jungmann defendeu algumas mudanças que já foram levantadas na época do esquema do "mensalão", como o fim do voto secreto em plenário e a reforma política.