Julgamento do último acusado da morte de missionário jesuíta termina hoje

Brasília – O julgamento do último acusado do assassinato do missionário jesuíta Vicente Cañas Costa deve terminar nesta quarta-feira (8), em Cuiabá. O réu, José Vicente da Silva, começou a ser julgado segunda-feira (6) pela Justiça Federal, por homicídio duplamente qualificado, mediante pagamento e emboscada.

O juiz que está conduzindo a sessão é Jéferson Schneider, da 2a. Vara da Justiça Federal de Mato Grosso. Ontem (7) foram ouvidas as testemunhas de acusação e defesa, e a sessão terminou às 22h33. O julgamento recomeçou hoje de manhã, teve pausa para o almoço e as atividades foram reiniciadas no início da tarde, com a realização dos debates. Nesse período, acusação e defesa têm, cada uma, duas horas para argumentar, meia hora para réplica e meia hora para tréplica.

De acordo com o advogado e assistente de acusação, Paulo Machado, a promotoria está confiante. ?A acusação continua se esforçando para confirmar a participação do acusado na morte do irmão Vicente Cañas. Estamos certos de que os elementos são suficientes para a comprovação?, afirmou Machado.

O advogado da defesa, Welington Gil, entretanto, disse acreditar que a justiça será feita no julgamento. ?O missionário morreu de forma indeterminada, segundo os médicos legistas de Mato Grosso e Minas Gerais. Ele estava muito doente e até passando mal na época?, completou Gil.

Assistem ao julgamento missionários, dirigentes do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e outras pessoas interessadas no caso. As testemunhas de acusação ouvidas foram Rinaldo Sérgio Vieira Arruda, Cláudio Quoos Conti e o índio Adalberto Pito Erikbatsa. Houve apenas uma testemunha de defesa: Joaquim Delfino Neto. Por último, duas testemunhas de juízo, que são solicitadas pelo juiz emo caso de dúvida no processo, Paulo Daikmy Rikbakta e Gelson Erikbatsa.

O primeiro júri popular do caso ocorreu entre no período de 24 a 29 de outubro. Os jurados definiram, por cinco votos a dois, que houve assassinato, mas inocentaram o réu Ronaldo Antônio Osmar, ex-delegado da cidade de Juína.

O crime ocorreu em abril de 1987 em Juína (MT), a 737 quilômetros de Cuiabá. Vicente Cañas foi assassinado a facadas, quando voltava de uma reunião na Fundação Nacional do Índio (Funai), em Brasília. O missionário foi morto por defender a demarcação da terra do povo indígena Enawenê-Nawê.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo