Será nesta quarta-feira (9), em Lausanne, na Suíça, o julgamento do caso que envolve o atacante Nilmar, o Corinthians e o Lyon. A Comissão de Arbitragem do Esporte (CAS) deverá confirmar que o clube terá de pagar a "bagatela" de ? 8 milhões (R$ 22,5 milhões) que deve ao Lyon pela contratação do atacante. O presidente Alberto Dualib viajou domingo para a Suíça e está preocupadíssimo com o julgamento, pois, antes da confirmação dessa dívidas, as dívidas corintianas já passam de R$ 72 milhões.
O advogado Paulo Rogério Amoretty, que acompanhou Dualib, disse que usaria a seguinte estratégia: "O Lyon rescindiu o contrato do Nilmar para inscrever um outro jogador (Fred). O Corinthians não deve nada, já que contratou um atleta livre." Mas uma alegação desmonta essa tese: a diretoria do Lyon tem o contrato assinado em que Dualib se compromete com o pagamento integral dos direitos de Nilmar, que foi contratado por empréstimo de um ano, em julho de 2005, por 2 milhões de euros. O Corinthians pagaria o valor restante se quisesse ficar com o jogador, o que aconteceu.
Dualib acreditou nas promessas de Kia Joorabchian. Na época em que o clube foi buscar o atacante, a parceria estava em grande momento. O problema é que a Fifa não reconhece a existência da MSI: a dívida é toda corintiana, e se o clube não pagar, pode ser punido pela Fifa com a perda de pontos. O clube brasileiro já perdeu a causa na entidade máxima do futebol e recorreu à CAS corte mais alta da justiça desportiva mundial – que costuma ratificar as decisões da Fifa.
O Lyon faz parte do G-14, grupo dos times mais ricos e poderosos do futebol europeu com forte influência junto à Fifa, o que reduz muito as chances de o time francês levar um calote. Tanto que Dualib tem pedido insistentemente ao ex-zagueiro corintiano Marcelo Djian, hoje empresário e representante do clube francês no Brasil, que convença a diretoria do Lyon a aceitar o lateral-direito Eduardo Ratinho como parte do pagamento da dívida.
