Termina nessa quinta-feira (26) o julgamento de Ronaldo Antônio Osmar, um dos acusados de matar o missionário jesuíta Vicente Cañas Costa, que vivia com o povo Enawenê-Nawê, próximo ao município de Juína (MT). O crime aconteceu há 19 anos e só agora chegou ao Tribunal do Júri, na Justiça Federal de Mato Grosso.

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Ronaldo era delegado de polícia de Juína na época do assassinato e foi o primeiro delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações. Ele é acusado de intermediar a morte do missionário.

Na quarta (25), foram ouvidas as testemunhas de acusação e hoje, o Tribunal do Júri ouve as testemunhas de defesa. Depois, será aberto o debate e, em seguida, o veredicto. Ronaldo está sendo julgado por homicídio duplamente qualificado e, se for condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

No início do julgamento, na terça-feira (24), o procurador do Ministério Público em Cuiabá responsável pela denúncia dos acusados, Mário Lúcio Avelar, disse esperar que ?as pessoas responsáveis pelos crimes sejam punidas?.

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Dos seis acusados de envolvimento na morte de Vicente Cañas, os fazendeiros Pedro Chiquetti e Camilo Carlos Obici já morreram. Outros dois, o fazendeiro Antônio Mascarenhas Junqueira e o pistoleiro Martinez Abadio da Silva, têm mais de 70 anos, portanto, a acusação contra eles já prescreveu.

O julgamento do último acusado da morte de Vicente, o pistoleiro José Vicente da Silva, começa na próxima terça-feira (31).

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Vicente Cañas foi morto a facadas em abril de 1987 por defender a demarcação da terra do povo Enawenê-Nawê. Seu corpo foi encontrado na porta do barraco em que morava 40 dias depois da morte. Ele viveu na região por dez anos e trabalhava pela saúde e pela terra dos índios.