A juíza distrital de Detroit Anna Diggs Taylor considerou inconstitucional o programa de escutas telefônicas sem autorização judicial da administração Bush, e ordenou seu imediato cancelamento hoje. Ela tornou-se a primeira magistrada a pedir o fim do programa lançado pela Agência de Segurança Nacional para coibir novas ações terroristas em solo americano após o 11 de Setembro. Segundo ela, o programa viola os direitos de liberdade de expressão e privacidade, assim como ignora a divisão de poderes estabelecido pela Constituição.
"As queixas prevaleceram e o interesse público está claro neste aspecto. É a sustentação da nossa Constituição", escreveu Taylor em sua sentença de 43 páginas. A ação julgada por Taylor foi aberta por uma organização de direitos civis americana, a União Americana de Liberdades Civis (ACLU), em nome de jornalistas, acadêmicos e advogados que consideram que o programa dificultou a execução de seus trabalhos. Eles argumentam que muitas de suas fontes e clientes no exterior são alvos potenciais do programa, que consiste na realização de escutas secretas de conversações entre pessoas nos Estados Unidos e em outros países.
O governo argumenta, por sua vez, que o programa está em total acordo com as atribuições presidenciais, mas provar isso requereria a revelação de segredos de Estado.
