O juiz da 2ª Vara Criminal do Fórum de Maceió, Alberto Jorge Correia de Barros, disse hoje (25) que na próxima terça feira (29) pretende anunciar a sentença de pronúncia dos envolvidos na morte do empresário Paulo César Farias e de sua namorada Suzana Marcolino. O magistrado vai decidir se manda ou não os envolvidos a julgamento popular. PC Farias – como era conhecido o ex-tesoureiro da campanha presidencial do ex-presidente Fernando Collor de Mello – foi encontrado morto ao lado do corpo de Suzana, na manhã do dia 23 de junho de 1996. Os dois foram mortos no quarto da casa do empresário, na praia de Guaxuma, no litoral norte de Maceió.

O delegado da Polícia Civil de Alagoas, Cícero Torres, concluiu que PC foi vítima de crime passional, praticado por Suzana que teria assassinado o namorado e depois se suicidado com tiro no peito. Torres chegou a essa conclusão tomado como base num laudo assinado pelo médico legista Fortunato Badan Palhares, que trabalhou no caso junto com peritos alagoanos.

Desde o início das investigações a tese de crime passional era contestada, por isso foi solicitado uma nova investigação sobre o caso. Com base em um novo laudo, assinado por uma nova equipe de peritos, coordenada pelo médico legista Daniel Munhoz, os delegados Antônio Carlos Lessa e Alcides Andrade concluíram que houve um duplo assassinato.

Em novembro de 1999, os dois delegados indiciaram o irmão do PC, o deputado federal Augusto Farias (PPB/AL), e os funcionários que estavam na casa de praia de Guaxuma, no dia do crime. Segundo os delegados, o deputado foi indiciado por co-autoria por ter coagido testemunhas e custeado a defesa dos demais acusados. Motivo do crime: ? poder e fortuna?.

Foram indiciados também quatro PMs que trabalhavam na  segurança de PC (os cabos Reinaldo Correia de Lima Filho e Adeildo Costa dos Santos e os soldados Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva), os caseiros (Leonino Tenório de Carvalho e Marize Vieira de Carvalho), o vigia Manoel Alfredo da Silva e o garçom Genival da Silva França.

Segundo o juiz Alberto Jorge, o deputado Augusto Farias tem foro privilegiado, por isso foi denunciado na Procuradoria Geral da República, em Brasília. Como não conseguiu se reeleger, é possível que Augusto tenha que responder pelo crime na justiça comum, em Alagoas. O deputado nega a acusação e diz que continua acreditando na versão de crime passional.

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