Juiz aceita denúncia contra presidente da Força Sindical

O juiz da 1ª Vara Federal de Ourinhos, João Eduardo Consolin, acatou o pedido de abertura de processo por crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos contra o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira de Silva, o Paulinho da Força, e mais 11 pessoas. Eles são acusados de terem recebido R$ 2,9 milhões do governo federal para um projeto de assentamento em área de preservação permanente. O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal.

Na época, o Ministério do Desenvolvimento Agrário havia iniciado programas de assentamentos através de centrais sindicais para se contrapor às pressões do Movimento dos Sem-Terra (MST). De acordo com a denúncia apresentada pelo procurador da República Arthur de Barros Mendes, em 2000, o grupo liderado por Paulinho adquiriu uma fazenda de 730 hectares em Piraju, no sudoeste paulista, para assentar 72 famílias. Metade das terras, no entanto, estavam em área de proteção ambiental. Foram pagos R$ 2 3 milhões pela fazenda. Na época, houve denúncia de que o preço estava superfaturado, o que levou à investigação do Ministério Público Federal. Outros R$ 500 mil seriam aplicados na infra-estrutura dos lotes.

Segundo o procurador, os membros da associação de assentados não aprovaram integralmente a proposta do assentamento. No cadastramento das famílias, foram juntados documentos falsos. A Força contratou técnicos que não conheciam a região para emitir laudos sobre as condições da área. De acordo com a denúncia, o preço pago pela fazenda foi superfaturado em 77%, já que a avaliação feita pela perícia judicial apontou um valor de R$ 1,3 milhão. Outro laudo, do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), avaliou a área em R$ 1,4 milhão. Mesmo assim a Força Sindical aprovou o financiamento e determinou a liberação da verba para o fazendeiro. Na época, Paulinho alegou que as terras estavam entre as mais valorizadas da região.

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