Centenas de policiais israelenses terminaram de retirar hoje, depois de três dias de operações, os colonos que tentavam reativar um assentamento judaico previamente esvaziado na Cisjordânia. O choque entre policiais e colonos judeus ocorreu no antigo assentamento de Homesh, desmantelado por Israel em 2005 como parte de um plano de retirada da Faixa de Gaza e de partes do norte cisjordaniano.
Mais de 2.500 manifestantes foram a Homesh na segunda-feira e prometeram reconstruir a colônia. Os participantes armaram barracas e começaram a recolher pedras. Uma família retirada de Homesh em 2005 realizou um ritual de circuncisão num filho recém-nascido. As famílias retiradas na época receberam substanciais indenizações do governo israelense para deixar as colônias.
Cerca de 500 manifestantes continuavam no local na manhã de hoje disse Micky Rosenfeld, porta-voz da polícia israelense. Alguns saíram voluntariamente. Outros resistiram, prosseguiu ele. Os policiais começaram então a retirar os manifestantes mais resistentes um a um, sempre com quatro policiais carregando cada um dos participantes a ônibus estacionados nas proximidades.
Uma manifestante levava um bebê de colo. Enquanto quatro policiais a arrastavam, um oficial segurava a criança. Os colonos costumam levar crianças de colo aos protestos para dificultar a ação da polícia. Havia muitos adolescentes e crianças no protesto desta semana em Homesh. Depois de algumas horas, todos os manifestantes foram removidos, disse Rosenfeld. Os colonos afirmaram que retornarão a Homesh. "Nosso objetivo não é entrar em choque, mas retornar uma vez após a outra até que a bandeira de Israel novamente tremule na terra da qual fomos expulsos", disse Yossi Dagan, um dos participantes, em entrevista à Rádio do Exército de Israel.
Ao mesmo tempo,em que retira os colonos de Homesh, o governo israelense tem-se mostrado menos resoluto quanto à retirada dos colonos que estabeleceram postos ilegais de assentamentos judaicos ao longo da última década. Hoje, uma porta-voz do governo assegurou que os assentamentos ilegais serão desmantelados, conforme exige um plano de paz apoiado pelos Estados Unidos. Enquanto isso, Israel mantém as obras nas colônias já existentes, apesar de ter prometido congelar novas construções.
