Brasília – O governo federal não vai montar uma "tropa de choque para barrar" a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, afirmou nesta quinta-feira (13) o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), após conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas admite que seria melhor que houvesse um acordo para que a CPI seja criada apenas na Câmara. "Pois não o contaminaria", afirmou, referindo-se ao Senado.
"Para qualquer governo, CPI não é um instrumento bom. Contamina o ambiente. É um corpo estranho ao funcionamento natural de uma casa legislativa", avalia. De acordo com Jucá, o governo não tem medo da CPI e nem vai tentar impedí-la, "pois cabe ao legislativo decidir sobre sua criação ou não". ?Não vamos pedir para ninguém tirar assinatura de requerimento? – numa referência à coleta de nomes feita pela oposição no Senado para instalação da CPI.
Em caso de sua instalação, o senador afirmou que o Executivo não tem o que temer e está preparado para o embate. "O que a oposição quer é desgastar o governo. É a luta política. Mas o governo está preparado para isso, e não teme", sublinhou.
Segundo ele, o desgaste em relação aos problemas nos aeroportos brasileiros já ocorreu, e que o governo tem consciência dos entraves do setor, de que houve erros e já tomou as providências. Disse, ainda, que a oposição não vai apressar o treinamentos dos controladores de vôo e nem a compra de equipamentos com a instalação de uma CPI. ?Só vai contar o que já é de conhecimento público?, pontuou.
Sobre as denúncias de irregularidades na Infraero, o líder do governo assinalou que estas já estão sendo apuradas pela Controladoria Geral da União (CGU), pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Polícia Federal (PF). ?O governo sabe das denúncias e tomou as providências cabíveis. Não foi o governo que cometeu irregularidades. Foram pessoas?, acrescentou.
Jucá participou do encontro juntamente com a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), líder do governo no Congresso, e José Múcio (PTB-PE), líder do governo na Câmara. O ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia também esteve presente, e almoçou com os parlamentares logo em seguida, sem a participação do presidente.