Juan Figer reaparece em público após afastamento

Juan Figer não aparecia em público há anos. Não dava entrevista há muito tempo. Tornou-se, ultimamente, misterioso personagem do esporte: um senhor responsável por milionárias transações, que viaja o planeta, mas não suporta os flashes fotográficos. Usando terno discreto e óculos de aro vermelho, o mais influente empresário do mundo do futebol ressurgiu ontem, num luxuoso hotel de São Paulo. O objetivo do evento foi divulgar o lançamento da Bigger, sua empresa de marketing em parceria com José Victor Oliva. Mas Figer nem sequer quis subir ao palco durante a cerimônia apresentada pelo ator Lázaro Ramos. Foi representado pelo filho Marcel e ficou na platéia. Não escapou, no entanto, dos flashes e das inúmeras perguntas. Ao contrário, resolveu falar como em poucas ocasiões.

Desde 1970 no futebol, o uruguaio de 71 anos é cada vez mais poderoso, muitas vezes contestado. Mas pretende seguir no ramo até o fim da vida. "Se você parar, você morre", disse ao jornal O Estado de S. Paulo, com marcante sotaque, apesar de viver desde 69 no Brasil . Embora não admita, Figer é quem dita a regra em boa parte das grandes negociações. É amigo dos principais dirigentes do Real Madrid, tem excelente entrada no Milan, é procurado pelos melhores jogadores da atualidade e conhece inúmeros chefes de Estado. Em quase quatro décadas de carreira, intermediou mais de mil negócios e tornou-se milionário. "Mas não me considero tão importante, só procuro me informar e me relacionar bem com os clubes.

Sua receita provém do porcentual das transações de que participa. "Você não vai conseguir ganhar sempre. Se eu faço seis negócios e dois dão resultado, já me considero satisfeito." O segredo é manter o bom relacionamento com a diretoria dos principais clubes.

No São Paulo, por exemplo, sempre teve estreito relacionamento com Marcelo Portugal Gouvêa, ex-presidente, e Juvenal Juvêncio, o atual comandante. Foi com o São Paulo, por sinal, que fez o primeiro negócio, em 70 – trouxe do Uruguai Pablo Forlán, que se tornou ídolo dos tricolores. Conta, com orgulho, ser o responsável pela abertura do mercado na Turquia. O meia Alex, ex-Palmeiras, joga lá por suas mãos. E tem grande influência nas contratações do Real Madrid. Vanderlei Luxemburgo, por exemplo, esteve em Madri por sugestão sua.

Vai a jogos no mundo todo – esteve na Copa para ver o Brasil, sua grande decepção – e admite simpatia pelo Palmeiras, embora não torça por nenhum clube. "Torço pelos meus jogadores (que são centenas).

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