Jovens empreendedores apresentam propostas aos candidatos à presidência

Brasília – Jovens empresários de todo o país vão apresentar aos candidatos à Presidência da República suas propostas para criar, no país, um ambiente mais propício ao desenvolvimento dos negócios. A plataforma, já entregue na última sexta-feira (15) a Cristovam Buarque (PDT), foi elaborada pela Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje), entidade presente em 25 estados que representa 10 mil empreendedores.

As proposições vão de questões tributárias à educação e representatividade política dos jovens. ?De nada adianta cobrar alguma coisa se você não está disposto a propor?, justifica o presidente da Conaje, Doreni Caramori Júnior. Segundo ele, dados de 2004 indicam que 65% das novas empresas no país são de iniciativa de jovens entre 18 e 34 anos.

Por outro lado, 49,9% de todas as empresas do país fecham com menos de 2 anos de existência. A carga tributária considerada excessiva e a falta de educação do empreendedor estão entre as principais causas de mortalidade das empresas, de acordo com a Conaje.

Nesse sentido, uma das propostas da entidade é a inclusão, no currículo do ensino fundamental ao superior, de disciplinas que desenvolvam o empreendedorismo.  Outra sugestão é a criação de cursos técnicos voltados à gestão de negócios.?O jovem, no Brasil, não é formado para ser empreendedor?, avalia Caramori.

A entidade propõe também a adoção de incentivos fiscais ao primeiro negócio dos jovens. Na prática, seria uma carência de dois anos para o pagamento de tributos ? o saldo seria pago em 10 anos, com remuneração pela taxa de juros de longo prazo (TJLP).

Para facilitar o acesso ao crédito, a proposta é a criação de uma linha de crédito específica para o jovem empreendedor ? o excesso de burocracia e a exigência de garantias reais (patrimônio) são alguns dos entraves apontados pela Conaje.

Fator igualmente para o estímulo aos negócios é, segundo o presidente da entidade, a coordenação das iniciativas públicas de estímulo ao empreendedorismo.

?Enquanto não houver um órgão, uma diretoria, uma secretaria, um ministério ou uma agência que pense a questão do ambiente para abrir novos negócios, teremos sérias dificuldades em pensar estrategicamente?, avalia.

Por fim, a entidade acredita que é necessário fazer com que os jovens participem mais do processo político. Para isso, sugerem a fixação de um percentual mínimo de pelo menos 25% para a participação dos jovens nas listas partidárias para a Câmara dos Deputados, as assembléias legislativas estaduais e as câmaras de vereadores.

Hoje, apenas 2,53% dos deputados federais e 5,57% dos deputados estaduais têm até 34 anos.  De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apenas 12% dos mais de 18 mil candidatos que concorrem nas eleições de outubro deste ano estão nessa faixa etária. 

?Tudo o que se propõe tem um efeito prático e factível. Esperamos que os candidatos absorvam isso como uma indicação de mais de 10 mil jovens que hoje trabalham pelo PIB e pela geração de emprego, e incluam isso em suas perspectivas de trabalho?, resume Doreni Caramori Júnior.

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