Brasília – Cerca de 15 mil jovens e líderes comunitários das favelas do Rio de Janeiro serão recrutados pelo governo para trabalhar na segurança dos Jogos Pan-Americanos de 2007. A informação foi dada hoje (11) pelo secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa, em Brasília. Ele participou de uma reunião entre o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e líderes de 40 comunidades do município do Rio de Janeiro.
De acordo com o secretário, os jovens serão indicados pelos líderes comunitários e vão receber treinamentos diversos para trabalhar no Pan-Americano. Uma das propostas é ensinar noções básicas de inglês e espanhol e um fazer um treinamento em segurança e em primeiros socorros.
Luiz Fernando Corrêa também garante que a parceria entre a comunidade e o governo será mantida após os jogos. "Nós só estamos usando o Pan porque é um momento de agregação. Todo mundo se envolve no Pan, e reduzem-se as resistências. Mas vamos aproveitar esse momento para iniciar um processo permanente, por isso, estamos capacitando e envolvendo as lideranças comunitárias, porque elas continuam, e o Estado e a União saem quando terminarem os jogos e essa política pública fica", afirmou.
O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, demonstrou otimismo com a parceria. "Esta é uma experiência extremamente inovadora. É uma experiência que coloca em prática o plano de segurança que foi feito no Instituto de Cidadania lá atrás, nos anos 2001 e 2002, e nós temos certeza de que vai dar certo. Mas ele só vai dar certo se a partilha, o compartilhamento e a cooperação entre a sociedade civil e as forças do poder público derem certo", disse o ministro.
Outras ações que envolvem a comunidade nos Jogos Pan-Americanos de 2007 também estão previstas, entre elas a idéia de que cada delegação estrangeira adote uma comunidade e a venda de ingressos mais baratos para alguns eventos.