Foto por: John Macdougall
A Alemanha disputará novamente as semifinais de uma Copa do Mundo, na quarta-feira contra a Espanha, mas desta vez a ‘Nationalmannschaft’ impressiona e também desperta entusiasmo por seu jogo, depois de ter derrotado a Inglaterra por 4-1 e a Argentina por 4-0.
O treinador Joachim Löw montou a equipe da Alemanha mais jovem para um Mundial desde 1934, com uma média de idade de 24,9 anos, mesmo tendo sido obrigado, após as lesões de Michael Ballack, Simon Rolfes e Heiko Westermann, mas também por convicção.
Tanto é assim que deixou fora do grupo Torsten Frings, Christoph Metzelder e Kevin Kuranyi, por terem ficado velhos demais ou por não terem lugar em seu esquema de jogo.
Thomas Müller, de 20 anos e com uma grande temporada na Bundesliga, e o restante dos jovens alemães estão na África do Sul para jogar e vencer, não para adquirir experiência sentados no banco de reservas.
Müller, que está suspenso das semifinais, marcou quatro gols na África do Sul, Mesut Özil impressiona como organizador, Sami Khedira se entende muito bem com Bastian Schweinsteiger e Jérôme Boateng começa a se sentir bem como lateral esquerdo.
O goleiro Manuel Neuer, Dennis Aogo, Özil, Khedira e Boateng chegaram à final da Eurocopa-2009 Sub-21, quando superaram a Inglaterra.
Esse título, o primeiro da Alemanha nessa categoria, coroou os esforços feitos pela federação do país para dar espaço aos talentos dos germânicos de origem imigrante.
Todos os jogadores do grupo de Löw já tinham uma sólida experiência na Bundesliga, um campeonato que, ao contrário da Série A da Itália ou da Premier League inglesa, não está cheio de figuras estrangeiras, o que dá mais oportunidades aos jovens alemães.
Com 24 anos, Neuer, goleiro titular do Schalke 04 desde 2006, já disputou 122 partidas na primeira divisão alemã e as quartas de final da Liga dos Campeões. Özil (101 partidas na Bundesliga) fez os torcedores do Werder Bremen esquecerem nesta temporada o brasileiro Diego.
O núcleo do Bayern de Munique também tem seu lugar na seleção (Phillip Lahm, Schweinsteiger, Müller e Miroslav Klose).
De seu grupo de 23 homens, sete participaram da boa temporada do clube bávaro, que conquistou nesta temporada a Copa da Alemanha, o título da liga alemã e perdeu a final da Liga dos Campeões para o Inter de Milão.
O técnico Löw, chamado de ‘Jogi’, foi alvo de críticas quando foi treinador adjunto de Jürgen Klinsmann em 2004, mas estas já foram esquecidas faz tempo.
Löw, cuja carreira de treinador de clubes não chegou a decolar, armou tranquilamente uma autêntica revolução transformando o futebol pragmático da ‘Nationalmannschaft’, que antes era menos ambiciosa ofensivamente.
Muito influente durante a era Klinsmann, ‘Jogi’, de 50 anos, chegou à final da Eurocopa-2008 em seu primeiro torneio com plenos poderes no banco. Mas dessa partida, a Alemanha caiu contra a Espanha (1-0) em Viena, o que o levou a se questionar e ir mais longe.
O melhor treinador da história da seleção alemã (38 vitórias em 54 partidas), foi reverenciado por seus resultados, por sua elegância e por sua aparente calma, mas ele está ao término de seu contrato.
Certamente, a Federação da Alemanha não será a única que oferecerá a ele um trabalho depois desta Copa do Mundo.