O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), não quis comentar a reportagem publicada pela revista "Veja" que traz denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de ter despesas pessoais pagas pela construtora Mendes Júnior.
"Eu não li a "Veja". Já saiu a "Veja?" questionou o governador, pois a revista antecipou para esta sexta-feira (25) a sua edição do fim de semana. "Eu não vi, eu não vi, eu não vou comentar sem ter visto", afirmou Serra.
Já sobre as investigações da Operação Navalha, que constatou que a construtora Gautama faz parte do consórcio liderado pela empresa que executará obras de saneamento básico em Peruíbe, no litoral Sul, Serra tentou isentar a possibilidade de fraude. "Em Peruíbe, quem venceu foi uma empresa portuguesa, a Gomes Lourenço. Esta outra empresa, a Gautama, tem uma participação, não é a majoritária", disse Serra.
O governador afirmou ainda que o processo de licitação já está sendo investigado. "Nós mandamos para o Tribunal de Contas, uma vez sabendo disso, para ver se tem algum problema, alguma irregularidade. Mandamos imediatamente, assim que soubemos", disse Serra explicando também que o contrato foi fechado com preços inferiores ao mínimo estabelecido pela própria Sabesp. De acordo com nota oficial divulgada pela Sabesp, na licitação, a proposta classificada em primeiro lugar, do Consórcio Gomes Lourenço/Gautama, tinha o valor de R$ 182.999.012,24. Por ser superior ao valor referencial da Sabesp – R$ 149.427.958,37 – houve uma negociação que reduziu o preço homologado para R$ 148.502.515,80.
Serra visitou a Baixada Santista na tarde desta sexta-feira. Ele inaugurou o início de obras de saneamento básico em Itanhaém, Mongaguá e Praia Grande, anunciou a construção de um viaduto em São Vicente e entregou uma nova unidade da Fundação Casa (antiga Febem) em Peruíbe.