O destino da usina nuclear Angra 3 deverá ser discutido quinta-feira, em reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). No encontro, o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, deverá apresentar o seu voto favorável à retomada do projeto, permitindo o término da votação do Conselho sobre a matéria.

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O CNPE é um órgão de aconselhamento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem caberá a decisão final sobre concluir ou não a obra. No CNPE, Dirceu é apoiado pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, e tem a oposição das ministras de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e do Meio Ambiente Marina Silva, contrárias às obras.

A usina nuclear Angra 3 é considerada prioritária pelo engenheiro Ronaldo Fabrício, vice-presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Técnicas e Industriais na Área Nuclear (Abdan). Ele foi o primeiro presidente da Eletronuclear, participou da implantação de Angra II e foi presidente de Furnas de 1994 a 1995.

Fabrício preocupa-se com o atraso na aprovação de novos projetos de geração de energia, já que o Brasil precisaria de 3 mil MW novos a cada ano. "Em 2009 ou 2010, temos o risco de um novo racionamento", alerta.

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O voto contrário de Dilma ao projeto teria sido motivado pelo custo elevado da obra. No entanto, afirma Fabrício, os cálculos de custos de Angra 3 feitos pelo Ministério de Minas e Energia, que chegou a US$ 80,00 por MWh, foram baseados em premissas equivocadas.

Segundo Fabrício, o custo seria de aproximadamente US$ 45,00 por Mwh. O cálculo do governo saiu mais caro porque considerou um prazo mais longo para a conclusão da obra (7 anos e meio), 1 ano para a usina atingir plena carga e taxa de retorno de 15%. Pelas contas da Abdan, a obra seria concluída em pouco mais de quatro anos (55 meses), levaria quatro meses para atingir carga total e a taxa de retorno de 10%. Ele acredita que em meados de 2011 a usina poderá entrar em operação.

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