O chefe da Casa Civil, José Dirceu, defendeu hoje a medida provisória que concedeu status de ministro ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Segundo Dirceu, o presidente do Banco Central “é instrumento fundamental” para a política monetária, fiscal e econômica, e “precisa, evidentemente, de foro privilegiado”.
Ele afirmou que cabe ao Congresso decidir sobre a matéria. “A legislação nos dá esta possibilidade. Quem vai decidir agora se ele terá ou não foro privilegiado é o Congresso Nacional, como acontece em todos os países do mundo.” Acompanhado do tesoureiro nacional do PT, Delúbio Soares, Dirceu falou também sobre o caso Waldomiro Diniz e o Conselho Federal de Jornalismo (CFJ).
O chefe da Casa Civil afirmou que o governo não está preocupado com as acusações contra Meirelles, que, na opinião dele, “estão mais que desmentidas”. Dirceu atribuiu aos inimigos da administração federal a autoria das denúncias contra o presidente do BC. “O País inteiro sabe que foram nossos adversários que fizeram estas denúncias”, afirmou. “O presidente do Banco Central já apresentou suas razões à Receita Federal; agora, cabe ao Congresso Nacional ou à Justiça tomar qualquer tipo de providência.” O chefe da Casa Civil esteve em Goiânia na noite de ontem (18) para participar de um comício do prefeito Pedro Wilson (PT), candidato à reeleição.
Wilson terá a candidatura julgada nos próximos dias pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele teve a candidatura cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) há uma semana. A decisão foi embasada por uma denúncia do Ministério Público (MP) que considerou ilegal a presença de Wilson nas solenidades de entrega da Marginal Botafogo e de brinquedos no Parque Mutirama, em 3 de julho. A juíza Doraci Lamar entendeu que o prefeito participou de inaugurações de obras públicas dentro do prazo de três meses antes da eleição.
“Quem deve decidir se Pedro deve ter ou não um novo mandato é o povo”, disse Dirceu. “Estou tranqüilo e esperançoso com o recurso que estamos apresentando ao TSE.” Dirceu disse que foi ao comício na Vila Pedroso, no subúrbio de Goiânia, como petista que está no governo federal. “Apoiamos Pedro Wilson; para nós ele é especial. Falo em nome dos petistas que estão no governo federal”, afirmou. Ele ressaltou, entretanto, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participa da campanha. “O PT tem estrela própria, e o presidente Lula é o presidente do Brasil; portanto, não se envolve nessa disputa.” Sobre o caso Diniz, Dirceu afirmou que não tem ” preocupação nenhuma” com o assunto. “Quem está investigando é a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público, como manda a lei”, afirmou. “Nós estamos absolutamente serenos quanto a isso. O povo brasileiro está dando apoio ao governo e o governo não está preocupado com esta questão. Eu, particularmente, não tenho nenhuma preocupação em relação a isso, até porque estou com a consciência tranqüila.” Dirceu falou também que o governo não desistirá da proposta de criação do CFJ. “Quem pediu o código foi a Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e o governo não vai retirar”, garantiu. “O projeto será debatido no Congresso entre jornalistas e empresários. Não vejo nada no projeto que atente contra a liberdade de imprensa e de opinião.”
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