O vice-presidente José Alencar disse hoje que tem sofrido censura por criticar as altas taxas de juros praticadas no país, mas que continuará na sua luta. Considerou, ainda, que a carga tributária em vigor no país “transfere para o estado recursos que seriam administrados com grande eficiência pelo setor privado”.

Indagado se a censura viria do próprio governo, Alencar respondeu: ?a censura vem de todos aqueles que são contra a queda dos juros?.

Lembrou que “a Constituição de 1988 acabou com a censura, exceto a censura de bater nas taxas de juros. Esta censura existe e eu tenho sofrido e sido vitima desta censura, até distorcendo o que eu falo. Mas eu vou continuar na minha luta, porque os que me conhecem sabem que eu não ingressei na vida política para atender a nenhuma necessidade material minha. Ingressei tentando levar alguma contribuição oriunda da minha experiência?, disse o vice-presidente ao discursar durante seminário na Associação Comercial do Rio de Janeiro, em comemoração aos 184 anos de fundação da entidade.

Segundo José Alencar, a carga tributária cresceu de 27% para 36% do Produto Interno Bruto (PIB), durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. Acrescentou que há um pleito nacional para não deixar mais que a carga tributária continue crescendo.

Quanto aos juros, José Alencar enfatizou que no Brasil eles são muito superiores aos demais países do mundo, principalmente se comparados aos países emergentes. Segundo ele, no Brasil o juro da dívida externa é de cerca de 10% ao ano, enquanto os países emergentes pagam em média 2,3% ao ano. ?Pela minha experiência de meio século de vida empresarial, sei que enquanto as atividades produtivas não puderem remunerar com vantagem os custos de capital, não poderá haver investimento na medida em que o Brasil precisa e pode em relação a seu potencial?, destacou.
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