José Alencar apóia que OAB fiscalize investigação de dossiê

O vice-presidente da República, José Alencar, disse nesta segunda-feira (16) ser favorável à fiscalização das investigações da Policia Federal sobre o dossiê Vedoin contra tucanos pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pelo Congresso, conforme sugeriu o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Com base em uma reportagem da última edição da revista Veja, Tasso disse que o trabalho da PF está sendo manipulado eleitoralmente e agendou uma reunião, em Brasília, com os presidentes do PFL, Jorge Bornhausen, do PPS Roberto Freire, e do PMDB, Michel Temer.

"Isso é bom. Eu acho que tudo aquilo que puder representar fortalecimento das investigações é bom. E tudo aquilo que puder representar também vigilância em relação a elas é bom. Eu não tenho dúvida de que será bom para o Brasil", afirmou o vice-presidente, ao participar da abertura de um congresso supermercadista em Belo Horizonte.

A matéria sustenta que o governo, supostamente por meio do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, atua para evitar a incriminação do ex-assessor e ex-guarda-costa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy. A intenção seria blindar das conseqüências do escândalo a candidatura à reeleição do presidente

Alencar demonstrou despreocupação com a nova denúncia e saiu em defesa do governo, do ministro da Justiça e da própria PF. Ele disse que o desejo do governo Lula é que as investigações sejam "absolutamente cristalinas, para que todo brasileiro tenha conhecimento delas". "Do contrário, o brasileiro pode ser levado a tomar uma decisão (nas eleições) com base em boatos".

O vice-presidente também observou que a PF é um órgão do Ministério da Justiça, do Poder Executivo. Segundo ele, a corporação é responsável por "todas as investigações nos últimos tempos no Brasil". "São prisões e mais prisões, casos e mais casos no Brasil", disse. "Então, a rigor, quem estaria promovendo todas essas investigações, é o próprio Estado, através do governo, do Poder Executivo. E isso não impede que os demais poderes participem".

Ministro

Alencar evitou polemizar sobre as suspeitas levantadas em relação à atuação de Thomaz Bastos. Disse apenas que a oposição "dentro do regime democrático, tem liberdade de expressão, liberdade de ação". Porém, ao afirmar que o presidente Lula tem feito seu papel na sucessão de escândalos, afastando do governo os suspeitos de envolvimento, aproveitou para dar uma estocada indireta no presidenciável tucano, Geraldo Alckmin – acusado pela campanha petista de barras a instalação de CPIs na Assembléia de São Paulo quando era governador.

"Nunca houve por parte do presidente Lula qualquer cerceamento de liberdade para a ação do Ministério Público. Nunca houve, por exemplo, tentativa de evitar a instalação de uma CPI, ao passo que nem todos fazem o mesmo", disse.

Sobre a acusação dos oposicionistas de que Lula teria cometido crime eleitoral ao "comprar" o apoio do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), Alencar disse que trata-se de "um bom brasileiro, um homem de bem, um homem sério". "Eu me recuso a acreditar que Blairo Maggi seja uma figura venal", concluiu.

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