É como aqueles desenhos do Pernalonga ou do Pica-Pau. Quando os protagonistas se viam à beira da derrota, era só achar uma picareta e furar a terra que surgia aquele incrível jato negro de petróleo ali, como se fosse a coisa mais comum do mundo. E o desenho terminava com o Pernalonga magnata, enquanto os vilões choravam por não ter encontrado o ?ouro negro?.

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O Brasil está em um desenho animado. Para onde aponta seus perfuradores, está encontrando petróleo. Nesta semana, a Petrobras confirmou a existência de óleo em mais um bloco da Bacia de Santos. Ainda não se sabe o tamanho desta nova descoberta, mas ela já serviu para fazer disparar o valor das ações da empresa estatal, hoje a terceira mais valiosa das Américas (passou até a Microsoft de Bill Gates).

É um período precioso para a Petrobras, que foi criada na Era Vargas para defender o País das empresas estrangeiras. Hoje, ela disputa praticamente em pé de igualdade com as grandes do setor, contando também com a ?sorte? de ter uma série de descobertas de poços nos últimos meses.

Mas não foi só com a ?sorte? que a estatal brasileira de petróleo se consolidou. É o fruto de décadas de administração responsável, que sobreviveu até à barafunda do governo Fernando Collor. Colosso da máquina pública, a Petrobras tem trajetória retilínea, escapando até mesmo de desvios ocorridos durante o período do regime militar.

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Hoje, ela reflete o melhor de nossa economia. É ágil, mesmo sendo uma empresa estatal, para perceber o movimento global e comprar e vender empresas de acordo com o cenário. Sabe que não pode se prender ao Brasil, apesar de ser patrimônio nacional. Investe em outros países, se coloca com força na América Latina. Não se presta a interesses estranhos, como a PDVSA de Hugo Chávez.

Por isso vive seu momento de esplendor. Tem dinheiro para gastar, tem equipe capacitada na administração e na parte técnica e é capitalizada no mercado de ações. Para completar, como o Pernalonga, onde ela perfura jorra petróleo.

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