A suspensão da sentença que dispensava a obrigatoriedade do curso superior de Jornalismo para o exercício da profissão, que estava em vigor, há mais de um ano, no País é uma grande vitória para os jornalistas diplomados, que investiram tempo e dinheiro nesse sonho profissional. A não-exigência do diploma universitário era uma grande injustiça aos milhares de jovens estudantes de Jornalismo e profissionais diplomados, que, de uma hora para outra, viram seus sonhos e conquistas serem extintos.

Com o fim da exigência do diploma para a profissão, as conquistas salariais, de horários e, até mesmo, o emprego poderiam ser perdidos no dia seguinte. Quem garantiria que algumas empresas não iriam substituir profissionais qualificados por outras pessoas para pagar salários menores, com maior jornada de trabalho? Em épocas de crise, como a que estamos passando hoje, seria um “prato cheio” para as empresas que não valorizam o profissional humano e, sim, somente o lucro.

Atualmente, o diploma universitário de Jornalismo é muito questionado. Muitas pessoas alegam que a profissão, por não ser técnica como, por exemplo, a do Direito, que possui muitas leis e normas para serem estudadas, por isso não haveria a necessidade de portar diploma para exercer a profissão.

Alguns “antidiplomas” alegam que a profissão de jornalista é como uma virtude, que muitas pessoas já nascem com ela, como: as habilidades de bom escritor, espontaneidade e domínio diante das câmeras e microfones, e que é aperfeiçoada no dia-a-dia da prática e não há a necessidade de se ficar, durante 4 anos, na universidade. Até certo ponto é verdade, mas banir o diploma e o curso de Jornalismo é muito injusto para a profissão. Até porque, em outras profissões, a maioria dos jovens estudantes já tem as virtudes para a área e nem por isso deve ser extinto o diploma e, muito menos, o curso.

Por que o curso superior de Jornalismo? A instituição de ensino superior só tem a contribuir para a pessoa que já possui habilidades para a profissão. Nela, a pessoa vai poder testar, inventar, experimentar e criar sempre com orientações de professores experientes. As virtudes poderão ser melhor ordenadas, trabalhadas e acrescentadas novas habilidades. A profissão é muito ágil e dinâmica e está sempre cobrindo os acontecimentos importantes do dia-a-dia, não sobrando tempo para testes, experiências e ensinamentos.

O curso de Jornalismo não ensina somente a teoria e a prática da profissão, mas também as normas éticas, o respeito e os deveres com o ser humano, o idioma, a filosofia, a sociologia e outros conhecimentos para procurar formar a pessoas completa.

Pessoas habilidosas em suas áreas nunca foram proibidas de participar da imprensa; pelo contrário, elas sempre são solicitadas a contribuir com suas experiências e idéias, seja em forma de artigos, comentários e também em entrevistas e colaborações. O jornalismo, como toda as outras profissões, tem que ser respeitado e profissionalizado, até porque ele é responsável pelos seus atos e deveres. Um jornalismo deturpado, mentiroso, aético e sem compromisso com a sociedade pode destruir pessoas, quebrar empresas, destituir governos e provocar guerras entre países. Não é à toa que a imprensa é classificada como o 4.º poder.

Odeir Rodrigues de Souza é pós-graduado em marketing e jornalista da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

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