O volante Carlos Alberto, do Figueirense, admitiu na noite da última quarta-feira (8), em entrevista a emissoras de rádio e TV de Santa Catarina que em 2000 usou a data de nascimento de um amigo para falsificar sua identidade e poder atuar como se fosse cinco anos mais jovem pelo Joinville.
"Eu precisava muito jogar, foi por isso que eu fiz essa besteira", afirmou às lágrimas, recordando sua infância pobre, no interior do Rio de Janeiro. Nascido em 1978, Carlos Alberto jogava com identidade de 1983. Chegou até a defender a seleção brasileira sub-20 na conquista do Mundial de 2003, nos Emirados Árabes.
O "gato", como a prática é conhecida no futebol, inocentou o Figueirense e disse esperar que o clube não seja punido – o time corre o risco de perder 36 pontos por usá-lo de forma irregular em seis jogos no período de 30 dias antes da denúncia. "Fui eu que errei, não contei nada para o clube e espero que ele não seja prejudicado", afirmou
Cotado para jogar no São Paulo em 2007, Carlos Alberto, que pode ser suspenso por até dois anos, disse que já vinha pensando em revelar a verdade e não sabe o que fará a partir de agora. "Tinha dia que eu chegava triste ao clube, mas pensava em outros casos que aconteceram, como o do Sandro Hiroshi, e não esperava que ia acontecer comigo. Agora é só tristeza, vou bater umas peladas e por a cabeça no lugar para não fazer mais besteira.
Após a derrota de ontem por 3 a 1 para o São Caetano, no ABC paulista, o volante Henrique, substituto de Carlos Alberto que acabou sendo expulso na partida, admitiu que o jogador fez falta. "A equipe está acostumada com o estilo de jogo e é lógico que a gente sente a ausência", disse.
O meia Marquinhos Paraná afirmou que os companheiros estão na torcida por Carlos Alberto. "Ele vai pagar pelo que fez, mas é nosso companheiro, gostamos muito dele e o clube está com ele para o que der e vier", afirmou. "Ele vinha fazendo um excelente campeonato", lamentou o técnico Waldemar Lemos.