Jobim propõe mudança na lei eleitoral para impedir especulação

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Nélson Jobim, disse hoje que pode promover modificações na lei eleitoral a partir do ano que vem para tentar evitar que o mercado financeiro faça especulação com as pesquisas eleitorais. Segundo Jobim, a obrigatoriedade de que as pesquisas sejam registradas no TSE cinco dias antes da sua publicação está abrindo uma brecha para que instituições financeiras usem a corrida eleitoral para tentar ganhar dinheiro no mercado.

O ministro diz que a operação ocorre da seguinte forma: uma determinada corretora monitora os pedidos de publicação de pesquisas feitos por instituto reconhecidos, como o Datafolha, o Ibope, ou o Vox Populi.

Sabendo com antecedência de cinco dias a data em que a pesquisa será publicada, a corretora encomenda um outro levantamento, mais rápido, a um instituto de pesquisas de menor porte. Como o levantamento contratado não se destina a publicação em veículos de comunicação, ele não precisa ser registrado. Com isso é possível preparar os números em dois ou três dias.

Analisando os resultados, a corretora que encomendou o trabalho pode ter uma idéia da tendência que será mostrada nas pesquisas dos grandes institutos. De posse dessa informação, é possível calcular qual será a reação do mercado.

Assim, é possível especular por um ou dois dias antes da divulgação de cada levantamento . “Esse cidadão vai ter a informação antes da pesquisa ser divulgada pelos jornais, ou seja: vai ter uma informação que os outros não têm. Isso pode ser utilizado para efeito especulativo”, diz Jobim.

Segundo o ministro, a melhor forma de acabar com esse problema é fazer com que as pesquisas possam ser registradas no Tribunal Superior Eleitoral no mesmo dia em que serão publicadas em jornais ou divulgadas no rádio e na TV.

Ele, no entanto, afastou qualquer possibilidade de proibir que bancos ou corretoras encomendem pesquisas de opinião. “Isso está fora de cogitação”, declarou o presidente do TSE. (Correio Web/FolhaNews)

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