O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) discursou há pouco no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Aos integrantes do órgão, o parlamentar pediu a absolvição no processo disciplinar em que é acusado de participar do suposto esquema do "mensalão" ? pagamento de mesadas a parlamentares.
Para João Paulo, a imprensa já o condenou mesmo antes do processo chegar ao fim. "Nas guerras, dizem que a primeira vítima é a verdade. Por isso, meu silêncio, que me conforta há algum tempo", desabafou. "Não é fácil. Mas não por causa do mandato, mas pela minha honra. É uma cicatriz exposta que vou levar para o resto da vida."
Na sessão de hoje (7), o Conselho de Ética discute e vota o parecer do deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS). O parlamentar gaúcho é o relator do processo disciplinar contra João Paulo.
Ao chegar no Congresso Nacional, Schirmer preferiu não adiantar se o voto do parecer será contra ou a favor da cassação de mandato do deputado petista. A reunião do Conselho foi suspensa por três minutos para que o relator possa distribuir aos colegas um documento da decisão.
Depois de lido o parecer e, caso não haja pedido de vistas, o parecer será votado pelos deputados do órgão. Para que a absolvição ou a cassação de João Paulo Cunha sejam confirmadas, é necessário que o processo seja ainda votado no plenário da Câmara.
Em depoimento anterior, o deputado petista admitiu ter sacado R$ 50 mil das contas do empresário Marcos Valério no Banco Rural. Segundo ele, o dinheiro foi repassado a pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, para pagamento das pesquisas de opinião em Osasco, região metropolitana de São Paulo.