A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) afirmou hoje, em entrevista à página do partido na internet, que o presidente nacional licenciado do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ) demonstrou recuo ontem (07), quando enviou para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista dos Correios uma nota com o objetivo de retificar denúncias feitas sobre os componentes da CPI no "Programa do Jô", da Rede Globo de Televisão.

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Segundo Ideli, que faz parte da comissão, Jefferson, no mesmo documento, adotou uma postura de represália contra ela porque a senadora apresentou pedido para quebrar o sigilo bancário dele.

"(Jefferson) recuou porque tinha de apresentar nomes e provas dentro de 24 horas. Aí, soltou a nota em que diz que se equivocou. Mas a transcrição da fita do ‘Programa do Jô’ deixa muito claro que ele se referia à CPMI", afirmou Ideli.

Na terça-feira (05), na entrevista ao programa, o presidente nacional licenciado do PTB pôs sob suspeita parlamentares da CPI, que, segundo ele, também receberiam "mensalão".

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Ontem, quando a comissão aprovava a quebra do sigilo fiscal, bancário e telefônico de Jefferson, ele encaminhou um comunicado, informando que, "por um processo de associação", confundiu a pergunta feita pelo apresentador Jô Soares, que se referia à CPI, como referente ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, onde depôs dias antes.

Também no documento enviado à CPI, o presidente nacional licenciado petebista questionou a isenção da senadora do PT de Santa Catarina, lembrando que ela fez componente da executiva nacional da legenda quando era líder da sigla no Senado.

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Jefferson acusou Ideli de fazer pagamentos do "mensalão" por meio do secretário licenciado de Finanças e Planejamento da sigla, Delúbio Soares, o que provocou tumulto na sessão de ontem.

"Ele coloca meu nome na nota para fazer uma represália a mim porque tomei várias iniciativas para mostrar que seu envolvimento com o Maurício Marinho (ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios) é muito próximo e antigo. Quando Roberto Jefferson diz que não tem nada com Maurício Marinho, ele está mentindo", afirmou a senadora do PT. "Outra razão é porque apresentei o requerimento para que ele desse os nomes de quem recebia o ‘mensalão’ na CPMI e também porque apresentei a proposta para quebrar o sigilo bancário dele", acrescentou.

De acordo com Ideli, Jefferson usa a tática de intimidar os parlamentares. "Ele tem contra si uma acusação muito pesada. Ao fazer essas acusações, tenta livrar-se, tirar o foco e atemorizar. O objetivo é, realmente, atemorizar", opinou, destacando que Jefferson deverá ser cassado, se confirmadas as investigações.