Brasília – O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) fez, durante 44 minutos, um discurso de defesa no plenário da Câmara, que ainda hoje (14) vota o processo de cassação do parlamentar do deputado. Jefferson criticou o relator do processo, Jairo Carneiro (PFL-BA) e rebateu os cinco pontos levantados por Carneiro para embasar o pedido de cassação.
"Não é verdade que o ?mensalão? não foi comprovado. É mesquinha a acusação de que fiz as denúncias para tirar o foco de mim", afirmou Jefferson, para quem o relator está brincando, quando o acusa de ter se omitido e não denunciado antes o suposto pagamento de mesadas a parlamentares. "Fui a ministros, ao próprio presidente denunciar. Se hoje estou sendo julgado com o governo na descendente, imagina naquela época", disse o deputado. "Tirei a roupa do rei. Mostrei quem são os fariseus, quem é o governo e o partido do governo".
Roberto Jefferson diz não acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula das Silva participou do suposto esquema de corrupção, mas criticou o presidente por ser "no mínimo omisso" e ter delegado funções de governo aos ex-ministros José Dirceu e Luiz Gushiken. Para Jefferson, Dirceu tratou o Congresso como se fosse uma casa de prostituição.
"Tentaram plantar uma relação minha com o Maurício Marinho (ex-chefe de contratações dos Correios)", defende-se Jefferson, que comparou a atitude de Marinho com as ações do ex-assessor da prefeitura de Ribeirão Preto (SP), Rogério Buratti, acusado de influenciar a renovação do contrato entre a Gtech e a Caixa Econômica Federal – alvo de investigação da CPI dos Bingos. "O Buratti fez em nome do Palocci e a gente sabe que não era. Para o Buratti em relação a Paloci é um julgamento, para mim é outro".