Os advogados do presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), entregaram
nesta quarta-feira, ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, uma
representação de quatro páginas com o resumo da defesa do parlamentar. No
documento, protocolado no início da noite, Jefferson rebate as acusações do
Partido Liberal e faz sete pedidos ao Conselho de Ética. Entre eles, a
"inquirição", como testemunhas, dos ministros da Casa Civil, José Dirceu; da
Integração Nacional, Ciro Gomes; e do Turismo, Walfrido Mares Guia, além do
presidente do PT, José Genoíno, e do secretário de finanças do PT, Delúbio
Soares.
"Transcrevemos nesse requerimento o núcleo da acusação feita
pelo PL. O deputado é acusado de quebra de decoro. Indecoroso é o que se refere
nessa denúnica", defende o advogado de Roberto Jefferson, Luiz Francisco
Barbosa, para quem a representação do Partido Liberal é uma tentativa de
"intimidação" do presidente do PTB.
No requerimento, Jefferson pede que
seja aplicado ao PL o parágrafo único do artigo 15 do Código de Ética, que prevê
o encaminhamento do processo à Procuradoria Parlamentar, por se tratar de
uma representação "leviana ou ofensiva à sua imagem, bem como à imagem da
Câmara".
Além dos ministros, o presidente do PTB defende que o Conselho
de Ética interrogue, como testemunhas, os deputados federais Pedro Corrêa
(PP-PE), Pedro Henry (PP-MT), José Janene (PP-PR), Sandro Mabel (PL-GO), Miro
Teixeira (PT-RJ) e Raquel Teixeira (PSDB-GO).
Na opinião de Roberto
Jefferson, também devem ser convidados a depor no Conselho o secretário-geral do
PT, Sílvio Pereira; o ex-deputado federal Benedito Domingos; a ex-mulher do
deputado Waldemar Costa Neto (PL-SP), Maria Cristina Mendes; o publicitário
Marcos Valério; a secretária do publicitário, Fernanda Karina Somaggio; e o
ex-diretor dos Correios, Maurício Madureira.
Como provas materias de
suas alegações, o deputador Roberto Jefferson pede que o Conselho de Ética
investigue saques em dinheiro, do Banco do Brasil e do Banco Rural, superiores a
R$ 100 mil, no período entre março de 2004 e junho de 2005. No depoimento dado
ontem (14) ao Conselho, o presidente do PTB afirmou que vieram desses dois
bancos os R$ 4 milhões supostamente entregues pelo PT para financiamento de
campanha dos candidatos petebistas nas eleições municipais de 2004.