O presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), disse hoje que gostaria muito de votar no presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2006. Mas Jefferson admitiu que não sabe como ficarão as relações dele com Lula, depois das denúncias que fez contra o deputado José Dirceu (PT-SP), o presidente nacional do PT, José Genoino, o tesoureiro nacional, Delúbio Soares, e o secretário-geral, Sílvio Pereira, sobre o pagamento do "mensalão" a parlamentares aliados.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o presidente nacional licenciado do PTB insistiu em qualificar o presidente como homem de bem e honrado e desafiou Dirceu a explicar a mesada, num enfrentamento de duelo.
"Eu assumo o papel de vilão, fico de pistoleiro e ele, de xerife e vamos nos enfrentar se ele for homem", provocou. "Vamos marcar até hora e data para que a gente possa se encontrar", propôs, depois de avisar que se torna um adversário difícil de ser batido porque está com a verdade. É por isso que Jefferson manifestou a esperança de não ter o mandato cassado, embora admita que o PT, o PL e o PP reúnem quase a metade dos votos necessários para tirá-lo da Câmara dos Deputados.
Na entrevista, o presidente nacional licenciado petebista voltou a acusar o deputado do PT de São Paulo e os dirigentes do partido pelo esquema da mensalidade aos parlamentares e ressaltou que não pode informar onde pôs ou para quem repassou os R$ 4 milhões que diz ter recebido em 2004, enquanto Genoino não assumir, formalmente, a doação. "Eu assumo a responsabilidade civil e criminal por ter recebido o dinheiro, mas não vou expor pessoas inocentes", afirmou.
A troca de Dirceu pela nova chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi elogiada por Jefferson como "uma coisa que limpou a porta de entrada do presidente Lula". O presidente nacional petebista também previu que, em um mês, Dilma terá passado uma borracha no deputado do PT e estará consagrada como a maior ministra do governo. Lula, segundo Jefferson, "vai sair dessa muito melhor do que entrou".