Jarbas organiza PMDB oposicionista no Senado

Na contramão de seu partido, que está nos acertos finais para apoiar o governo, o senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) encontra-se hoje com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto decidido a reafirmar a sua independência. Mais do que isso: Jarbas prepara-se para reunir o grupo de oposição no Senado e organizar resistência. O peemedebista admite que seu partido é ‘majoritariamente lulista’, uns por convicção, outros pela ajuda recebida na campanha eleitoral, sem esquecer aqueles que são ‘puramente adesistas’

Ainda assim, Jarbas não pensa em trocar de legenda. Pelo menos não antes da esperada reforma política e partidária. "Mesmo sabendo que somos minoritários, que o grupo não pensa da mesma forma e não tem a mesma prática política, é importante que a gente fique junto, na oposição. Prefiro esgotar a coisa dentro do PMDB", alega o senador eleito, ao lembrar a sua condição de fundador do MDB e do PMDB.

Uma de suas apostas é a aprovação da reforma política – não com a ilusão de que ela resolverá todos os problemas, mas com a certeza de que não dispõe de uma alternativa ao PMDB para troca de partido. "O PT está desmoralizado e eu não tenho formação tucana", pondera Jarbas, que tampouco cogita ficar sem partido.

"Não vamos tolerar retaliações e vamos ficar dentro do partido esperando um quadro melhor, de reforma política, porque sem reforma a gente tem dificuldade em sair do PMDB", insiste

Jarbas defende uma ‘reforma política decente’, que ofereça a outros políticos, que também estão desconfortáveis em suas legendas, condições de mudar. "Eu não posso pensar em nova agremiação neste momento. Para sair do PMDB, teria que ir para um partido constituído, e eu não quero fazer isto", assegura o ex-governador de Pernambuco.

Antes mesmo de tomar posse, em fevereiro, Jarbas já planeja criar um ‘núcleo de pensamento e ação’, incluindo parlamentares de outros partidos, como o deputado Roberto Freire (MD-PE), para pensar o País e as reformas necessárias.

"Quero ter uma atuação, em Brasília, acompanhando o governo e o que está acontecendo no Brasil", adianta o senador eleito, ao destacar que a atual administração federal não tem ‘histórico’ que lhe permita pensar positivamente, seja no campo político ou da gestão. "Todo o histórico até agora é de trapalhadas e confusões", avalia.

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