Maior fenômeno eleitoral de 2006, com vitória já no 1º turno, o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), agora um dos coordenadores da campanha presidencial à reeleição, garante: se depender de sua vontade, o presidente Lula não recorrerá à ‘baixaria’ contra o tucano Geraldo Alckmin. Em entrevista ao Jornal da Tarde, Wagner acusou Alckmin de fazer uma "campanha monotemática" – em cima do tema corrupção – para esconder um projeto "altamente conservador", de "transferência de todo o patrimônio para a iniciativa privada".
"Alckmin precisa sair da toca do falso moralismo e vir defender idéias para o Brasil", desafia, afirmando que o adversário esconde suas proposições por serem "ingratas para a população brasileira". E diz que, na ‘inevitável’ comparação com a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula se sairá melhor porque "os números são os números".
Wagner admite, porém, que o envolvimento de petistas na compra de um dossiê contra tucanos "deve ter dado uma perturbação no eleitor indeciso". "Acho que o dossiê pode ter tirado 1% ou 2% dos votos (de Lula no primeiro turno)".
Mas rechaçou ataques da oposição no episódio. "Não reconheço no governo do PSDB-PFL exemplo de comportamento. Nos quadros deles, há figuras que violaram painel, grampearam telefones… E não me consta que em outro momento a Polícia Federal tenha tido a republicana liberdade de agora.