O ministro da Agricultura do Japão, Toshikatsu Matsuoka, disse nesta quinta-feira (3) em São Paulo que não houve progresso nas negociações quanto a um acordo de longo prazo com o Brasil para o fornecimento de etanol. "Estamos atrasados nesta questão, mas vou fazer o que posso para acelerar o uso de etanol no Japão", disse Toshikatsu Matsuoka, em entrevista à imprensa.
As conversas entre Brasil, maior exportador mundial de etanol, e Japão, terceiro maior consumidor mundial de petróleo, já duram alguns anos e não obtiveram sucesso.
Segundo estimativas da Petrobras, uma mistura obrigatória de 3% a 10% na gasolina japonesa exigiria um fornecimento de 1,8 bilhão a 6 bilhões de litros de etanol ao ano. Em 2006, o Brasil exportou 3,4 bilhões de litros do biocombustível.
Alguns grupos japoneses resistem, contudo, à idéia de importar etanol. Para eles, o Japão deveria produzir seu próprio álcool a partir de biomassa originada nas florestas do país.
Matsuoka visitou a fábrica da montadora japonesa Honda em São Paulo e disse que era "uma vergonha" a montadora não produzir carros com a mesma tecnologia em seu país de origem. "Precisamos criar o mesmo mercado para carro flexíveis no Japão. O Brasil está muito avançado nesta questão, e o Japão precisa desenvolver uso semelhante do etanol para combater o aquecimento global", disse.
Atualmente, o programa do álcool no Japão prevê a mistura voluntária de até 3% do combustível renovável na gasolina. No ano passado, os japoneses compraram 225,4 milhões de litros de etanol brasileiro para uso em sua indústria química e na produção de bebidas. As informações são da Dow Jones.