Um bloco comercial com 16 países, 3,1 bilhões de consumidores e um Produto Interno Bruto (PIB) de quase US$ 10 trilhões pode começar a ganhar forma. É o que os países asiáticos estudam após a proposta do Japão de se fazer um encontro de governos da região em Kuala Lumpur. O bloco seria criado até 2015 e incluiria China, Japão, Índia, Austrália e mais 12 países asiáticos e do Pacífico.

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Juntos, essas economias representariam mais da metade da população mundial e poderiam modificar de forma substancial a geografia do comércio. Os mercados asiáticos são ainda os que mais crescem hoje no mundo e, para diplomatas nos órgãos multilaterais do comércio, o bloco seria o principal contrapeso a qualquer grupo do Ocidente, seja a União Européia (UE), com PIB de US$ 11,7 trilhões, seja o Nafta (Estados Unidos, Canadá e México) com US$ 12,9 trilhões.

Até 2007, a reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) decidiu que os países vão estudar o impacto do novo bloco. O projeto já existia, mas ganhou impulso depois que a Organização Mundial do Comércio (OMC) fracassou em chegar a um acordo sobre a queda de tarifas e subsídios.

Com a suspensão das negociações, países como o Japão optaram por acelerar projetos que não tinham ainda saído do papel. No caso do bloco asiático, a idéia inicial era a conclusão das negociações apenas em 2020, data agora antecipada para 2015.

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O objetivo é criar uma área livre para bens e serviços, além de facilidades para o fluxo de capital e de mão-de-obra. O Japão já prometeu US$ 86 milhões para estudar a viabilidade do projeto, atitude que revela mudança significativa na política externa de Tóquio, tradicionalmente contrária a acordos regionais.

Ficou a cargo na Malásia a preparação da agenda para que os chefes de Estado dos países envolvidos possam dar um sinal verde para o projeto no fim do ano. Se tudo correr bem, diplomatas acreditam que as negociações podem começar em 2008. Na avaliação de Tóquio, os ganhos com o acordo poderiam chegar a US$ 215 bilhões.

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Alguns setores, como o agrícola e de veículos, consideram o projeto "ambicioso demais" e prometem impor-lhe obstáculos.