Saboreando a decisão dos jurados de livrar seu cliente de todas as acusações, o advogado de Michael Jackson disse hoje que o cantor não vai mais compartilhar sua cama com meninos.
"Ele não voltará a fazer isso", disse Thomas Mesereau Jr. em entrevista ao programa Today da rede de televisão NBC, antes de acrescentar que o cantor não se colocará novamente em uma situação que o deixe "vulnerável".
Jackson foi declarado na segunda-feira inocente das dez acusações que pairavam sobre ele sobre o abuso sexual de um menor, colocando um ponto final no julgamento que começou em janeiro e em mais de uma década de rumores sobre as preferências sexuais do chamado "rei do Pop".
O júri assegurou que as acusações do menino que incriminou Jackson e as de seus familiares não são críveis, em uma vitória que desencadeou a felicidade entre os fãs do cantor e que fez pesar o ar no escritório do promotor do distrito Tom Sneddon, que entrou com as acusações contra Jackson.
Mesereau assegurou que o cantor ainda está se recuperando da odisséia pela qual atravessou nos últimos meses. "Foi um processo terrível, terrível para ele", assegurou o defensor de Jackson, que disse que, durante o julgamento, o cantor não conseguia dormir nem comer.
O veredicto do júri representa uma embaraçosa derrota para Sneddon, o promotor do distrito de Santa Bárbara (Califórnia), que perseguiu ao cantor durante mais de uma década, tentando demonstrar a veracidade dos rumores que o vinculavam ao abuso sexual de crianças.
A procuradoria chegou a dizer no julgamento que, no total, Jackson tinha abusado de cinco menores na década de 90. Três dos mencionados, entre eles o ator Macaulay Culkin, testemunharam a favor da defesa e negaram tudo.
Os outros dois tinham chegado a acordos milionários com Jackson fora dos tribunais em troca de seu silêncio, avaliado em mais de US$ 20 milhões, em um caso e de algo mais de US$ 2 milhões no outro.
Sneddon permaneceu cabisbaixo durante a leitura do veredicto do júri, que durou poucos minutos. "Nós não escolhemos vítimas de crimes e nós não escolhemos a família. (…) Não vou olhar para trás e pedir desculpas por qualquer coisa que fiz".
"Sempre achei que tínhamos o caso ganho", assegurou hoje o advogado de Jackson, que assinalou que as testemunhas da acusação careciam de credibilidade. "Muitas das coisas que diziam eram ridículas", afirmou.