O Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná tem atuado em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde para dar o atendimento qualificado aos banhistas que sofrem envenenamento por água-viva. Desde o início do Verão Paraná 2016/2017 – 22/12 – até esta segunda-feira (30/01) foram registrados pelo Corpo de Bombeiros 25.787 casos de envenenamento por água-viva contra 9.455 no mesmo período da temporada passada. Somente em Matinhos foram 9.824 casos, em Guaratuba 4.827 e em Pontal do Paraná 11.100.
A porta-voz do Corpo de Bombeiros no “Verão Paraná 2016/2017”, tenente Virgínia Maria Zambrim Turra, orienta sobre os procedimentos iniciais no caso de envenenamento por água-viva. “O principal a fazer é lavar o local com a água do mar, sem esfregar, não utilizar água doce ou outros líquidos como bebidas alcoólicas, urina e azeite. Para tirar os restos das bolsas de toxinas que ficam é só jogar água do mar ou vinagre”, disse.
“Todas as vítimas de águas-vivas devem ficar em observação, seja adulto ou criança, para verificar se apareceram outros sintomas como tontura, vômito, desmaios, dificuldades respiratórias ou o famoso fechamento de garganta. Isso pode ser sinal de alergia ou uma intolerância maior ao veneno. Se surgir qualquer um destes sintomas a pessoa deve procurar um médico ou posto de atendimento”, explica a tenente Turra.
A diretora da 1ª Regional de Saúde, Ilda Nagafuti, destaca que o trabalho é feito em parceria com o Corpo de Bombeiros. “Disponibilizamos o material para que os guarda-vidas possam dar o primeiro atendimento e os casos mais graves são encaminhados a uma unidade de saúde. Em cada município, temos unidades preparadas para dar este tipo suporte ao paciente. Em Guaratuba temos o Pronto Atendimento Municipal, em Matinhos o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes e em Pontal do Paraná são dois locais: Prontos Socorros de Shangri-lá e Praia de Leste”, explica.
De acordo com a bióloga e coordenadora da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria de Estado da Saúde, Tânia Portella, o fenômeno tem se tornado comum nos últimos anos e afeta também o litoral de Santa Catarina. “Isso se deve ao comportamento das correntes marítimas e também às condições favoráveis para a reprodução das águas-vivas. É importante lembrar que elas estão em seu habitat natural e somos nós que dividimos este espaço, sobretudo agora no verão”, ressaltou.
Segundo a bióloga, com mais banhistas na praia a tendência é que o número de casos de acidentes aumente. “O que podemos fazer é monitorar os locais de risco e preparar a estrutura para atender a demanda de vítimas”.
A Secretaria de Estado da Saúde também disponibiliza uma central telefônica 24h para orientar o cidadão sobre o que fazer em caso de acidentes com águas-vivas e outros tipos de envenenamentos/intoxicações. O Centro de Controle de Envenenamentos do Paraná atende pelo telefone 0800-410-148. A ligação é gratuita.