Itamaraty: Problema com visto de Jean não diminui responsabilidade britânica

O governo brasileiro respondeu sem titubear à informação da Secretaria de Exterior britânica de que o eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, executado em Londres com oito tiros pela Scotland Yard na última sexta-feira, residia ilegalmente no país.

Em nota divulgada hoje à imprensa, o Itamaraty acentuou que essa constatação não diminui a responsabilidade do governo britânico pela "morte trágica de um cidadão brasileiro inocente e pacífico", especialmente no que diz respeito aos processos de investigação e de indenização à família de Menezes.

"Sem entrar no mérito dessa última informação, é entendimento do governo brasileiro que em nada se altera a responsabilidade das autoridades britânicas pela morte trágica de um cidadão brasileiro inocente e pacífico", ressaltou o Itamaraty, na nota.

"Não deve, portanto, ter qualquer influência sobre as investigações conduzidas a respeito da tragédia ou sobre as medidas que o governo britânico deverá tomar como reparação à família do sr. Jean Charles de Menezes."

Na nota, o Itamaraty informou que o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, recebeu hoje uma carta do secretário de Exterior britânico, Jack Straw, na qual explicou as "condições imigratórias" de Menezes. Mas destacou que esse dado novo apresentado por Straw contraria a versão anterior apresentada pelas próprias autoridades britânicas, no início da semana.

Na segunda-feira, em Londres, quando Amorim encontrou-se com Straw para discutir o caso, a informação com a qual o Itamaraty trabalhava era de que Menezes residia legalmente no país, ou seja, possuía passaporte válido e visto adequado de permanência. A nota deixa claro ainda que o governo brasileiro continuará acompanhando as investigações, em Londres, e o processo de indenização.

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