A comissão multilateral criada para discutir o tráfico ilícito de armas deverá realizar sua primeira reunião logo depois do Carnaval, em Brasília. A informação foi dada pelo coordenador de Combate aos Ilícitos Transnacionais do Itamaraty, Marcos Pinto Gama, que também coordena a comissão. No momento, estão sendo convidados para participar da comissão representantes das embaixadas da Argentina, Bolívia, Paraguai, Suriname e Uruguai, informou o diplomata.
A comissão multilateral foi idealizada e criada durante reunião no Ministério da Defesa, após denúncia feita por integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito do Tráfico de Armas de que oficiais das Forças Armadas de países sul-americanos estariam envolvidos no tráfico de armas para o Brasil, através das fronteiras. Segundo Marcos Gama, as denúncias repercutiram nesses países, o que fez com que se realizasse a reunião e se criasse a comissão.
"Essa não é a primeira vez que vamos nos reunir com esses países para discutir o tráfico de armas. Conhecemos e temos discutido várias medidas para coibir o tráfico de armas de fogo", afirmou Gama. Segundo ele, as reuniões da comissão multilateral deverão ocorrer de 15 em 15 dias, em Brasília, com representantes das embaixadas desses cinco países e representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, da Defesa e da Justiça, do Gabinete de Segurança Institucional, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e da CPI das Armas.
De acordo com Marcos Gama, na primeira reunião, deverá ser definida a linha de ação da comissão, além dos caminhos a serem buscados para combater o tráfico de armas. Também deverá ter início a análise de documentos em poder da CPI, nos quais existem denúncias sobre o tráfico ilícito de armas.
