O Ministério das Relações Exteriores informou nesta sexta-feira (28) que o governo brasileiro não recebeu nenhuma consulta sobre sua possível participação numa força de paz internacional a ser enviada ao Líbano. A criação dessa força foi acertada hoje durante encontro entre o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. O embaixador Everton Vargas, chefe de Gabinete da Secretaria Geral do Itamaraty, já havia alertado que o Brasil não participará de nenhuma força militar sem antes conhecer em detalhes o seu mandato e a sua extensão. Fontes do Itamaraty acrescentaram que o Brasil não entrará em nenhuma "aventura militar" no Líbano.
Apesar do acerto entre Bush e Blair, ainda não está decidido se a força internacional será coordenada diretamente pela Organização das Nações Unidas (ONU), ou se será conduzida pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), como a ação militar no Afeganistão. Em entrevista no Itamaraty, hoje, Vargas mostrou-se irritado com uma pergunta sobre possível concessão de privilégio, no Líbano, a brasileiros no embarque para o Brasil em vôos organizados pelo governo brasileiro. Privilégios teriam sido solicitados por parlamentares ao Ministério das Relações Exteriores, segundo reportagens publicadas hoje na imprensa brasileira. Com ênfase, Vargas afirmou que "não há privilégios" nos resgates. "O critério é estritamente humanitário", disse.
