Adana (Turquia) – Cerca de 260 brasileiros que fugiram dos conflitos no Líbano partem amanhã de Adana, na Turquia, com destino ao Brasil. Funcionários do Itamaraty estiveram há pouco nos hotéis onde eles estão hospedados e divulgaram a lista de passageiros confirmados para o vôo da Varig, que sairá de Adana as 23h desta terça, no horário local, com chegada prevista para São Paulo ainda na quarta-feira.

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Pelos cálculos do coordenador do núcleo de apoio aos brasileiros em Adana, ministro Laudemar Aguiar, cerca de 110 pessoas ainda ficam na Turquia a espera de transporte para o Brasil. Dessas, cerca de70 chegam a Adana na noite de hoje. Um avião da FAB deve completar o resgate, mas ainda não há data prevista para o embarque.

Tiveram prioridade na lista de embarque para amanhã famílias com crianças e idosos. Entre eles, o comerciante Saed Abou, 24 anos. Filho de brasileiros, ele nasceu no Líbano e agora pretende morar com a mulher e a filha de 10 meses em São Paulo. Juntos, eles comemoraram a confirmação do embarque no vôo da Varig.

?Todos os anos eu visitava o Brasil. Agora, quero ficar lá definitivamente para viver com mais tranqüilidade?, conta Abou, que morava no Vale do Bekaa, uma das regiões mais atingidas pelo conflito entre israelenses e libaneses.

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A maior parte dos brasileiros que já está na Turquia recebeu com pessimismo as informações sobre o cessar-fogo. Até o momento, apenas um dos passageiros confirmados para o vôo de amanhã manifestou interesse de desistir da viagem. Bahjat Mohamed Hadar, 60, quer a ajuda do governo brasileiro para retornar ao Líbano. O Itamaraty ainda não garantiu nenhuma operação nesse sentido.

?Soube que a guerra acabou. Quero voltar. No Brasil, não tenho mais nada. Minha vida está no Líbano?, disse o comerciante de origem libanesa, que desde 1995 vive no Vale do Bekaa. ?Destruíram tudo lá. Mas quero voltar para ajudar a reconstruir tudo.?

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O marido da brasileira Mariem Orra, 28 anos, também pensa em desistir da viagem ao Brasil. Ele é libanês e está preocupado com a situação dos pais e irmãos que ficaram no Líbano, também na região do Bekaa.

?Meu marido também tem medo de não conseguir emprego no Brasil. Mas quero muito que ele vá comigo. Depois de tudo que passamos, preciso reencontrar a minha mãe?.